VIDAS PARALELAS
Somos vidas paralelas,
que passam como caravelas sem roteiros.
Dois pontos divergentes no cosmos,
como astros velejando abismos,
que busca o fogo metafísico
A luz que ilumina o poente
apagou o sol de primavera
e o meu tempo passou nas quimeras do olhar
Imerso no ar dos acasos,
como instrumento de pouso,
me refiz nos relâmpagos que habita o disforme
Dança diante de nós a marca das sombras.
Navegando uma clave de sol,
ouvi a música das nuvens
e vibrei na melodia de cada compasso,
na fuga que atravessa as horas.
Somos dois ritmos desmedidos que
nunca se encontrarão
no calendário inerte do tempo.
Paulo Avila
Enviado por Paulo Avila em 22/04/2008