A SOLIDÃO E A TARDE
A janela desafia a tarde,
burla a solidão no cordel do suplício,
atravessa os vidros translúcidos,
marca rabiscos da vida nos desertos da quimera.
A solidão enfrenta o mundo
andando na rota já sulcada porque o poeta,
devedor de sonhos e inspiração põe-se a pensar.
E pensa em quê?
Ah...no seu amor,
no calor do corpo da mulher amada,
que fita, que toca e não a encontra.
Imerso em fantasias escreve versos
inflamando ardente volúpia
e experimenta o sabor do aroma do amanhecer
a rodopiar na embriaguez de orgias a dançar suave,
a seduzir ávido,
o cio da musa que inspirou estes versos.
Aparas da saudade
que a tarde de céu encoberto consola...
esperando que retorne ao ninho aconchegante
de muitos carinhos.
Paulo Avila
Enviado por Paulo Avila em 30/08/2007
Alterado em 30/08/2007