paulo avila
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MURMÚRIOS


Não sei se sei o que quero,
inflama dentro do peito a mística utopia,
expulsando para longe
todos os meus fantasmas

Ninguém sabe se alguém sabe
o que interessa saber
Todos sabem para os outros
Quem há que saiba de si...
se, um dia qualquer,
vagamos pela madrugada a esmo
tão inseguros e inconsequentes?

Eu mesmo não sei de mim
Passo horas querendo desvendar
a alquimia das palavras
que regem enigmáticas
os segredos escondidos nas estrelas,
tecendo a energia no fundo do ser.

Penso que quero outros ventos,
uma rosa cá, outra lá distante,
versos de um poema tecidos por mãos
que não cansam de sonhar

Venho da terra calcinada pelo sol,
marcada por pisadas fortes,
ânfora sonora de músicas
reflorindo desejos e fantasias

Há nos meus olhos, curvas e contornos
da sensualidade de um corpo
Na minha boca...
o gosto do beijo mais ardente
e a delícia do néctar dos teus seios quentes

Singrando o rio sereno desta saudade,
eu quero aportar nos braços teus,
sem o açoite do vento gelado
nas noites invernais.

Paulo Avila
Enviado por Paulo Avila em 10/06/2009
Alterado em 10/06/2009
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