paulo avila
Frase preferida, slogan, frase de efeito
Capa Textos Perfil Livro de Visitas Contato
Textos
DOM RODRIGO

Na passarela da vida, no frio ou no calor,
Dom Rodrigo se embriagava de vinho tinto
e de seus olhos marejados corriam lágrimas, de esperança
na busca de compreensão, atrás de um sonho distante
que procurava à primavera ao ver o sol brilhar radiante.
Dom Rodrigo, nunca se lamentou se não de si mesmo
e certa donzela de cabelos loiros que não compreendia
sua linhagem de jogral.
Dom Rodrigo oferecia esmolas aos pobres e aos ricos,
ao desfiar as contas da solidão.
No caminho da chuva, no inverno gelado, sobre pedras
e espinhos, corpo cansado à procura de uma fonte,
contava casos ao som de seu violino singrando fantasias.
Sabia sorrir a cada passagem de estação por entender
que as mudanças tinham sentido e razão.
Dom Rodrigo, não se importava vendo sua imagem
no espelho: Sou eu?! Um transeunte, um atleta,
um vogal, um juiz... ou zé ninguém.
Se o filho tinha sua postura, como a flor que brota,
calada espalhando seus ramos verdejantes.
Se o pai e a mãe eram vivos, se sabia fazer poemas
ou fruir longas manhãs de chuva e vento.
Sob a luz das estrelas meditava impregnado de dúvidas,
se o homem da cruz o perdoou?
Pedia apenas que a donzela de cabelos loiros, o esperasse sempre com um sorriso.
Mas os tempos foram ficando difíceis, muito longe
do alcance da sua mão, perdendo e branqueando
seus cabelos ralos.
Hoje só a sombra de Dom Rodrigo persegue a dama,
que sequer percebe sua sombra e não sorri.
Dom Rodrigo bate espadas com os seus fantasmas,
na sinfonia da solidão de uma longa e tenebrosa odisseia.
Já morto (Dom Rodrigo ou Dom Diego?) dirige exércitos
de remors
os.
Paulo Avila
Enviado por Paulo Avila em 30/04/2009
Alterado em 02/12/2010
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Capa Textos Perfil Livro de Visitas Contato